Mudar para a versão de baixo carbono

Avanço da argila na captura de carbono

5 de junho de 2025
por CSN Staff

Os investigadores da Universidade de Purdue e dos Laboratórios Nacionais Sandia destacam um método inovador e económico que utiliza argila para absorver o CO₂ atmosférico, transformando potencialmente os esforços de mitigação das alterações climáticas em grande escala com um material natural e abundante.

Os investigadores identificaram a argila, um dos nanomateriais mais abundantes da Terra, como um potencial fator de mudança na luta contra as alterações climáticas. Uma equipa liderada pelo Professor Cliff Johnston da Universidade de Purdue, em colaboração com especialistas dos Laboratórios Nacionais Sandia, identificou publicou um estudo revelando como a argila pode efetivamente capturar dióxido de carbono (CO₂) diretamente da atmosfera. Esta abordagem inovadora poderia aumentar significativamente os esforços para mitigar os impactos das alterações climáticas.

As descobertas, detalhadas no The Journal of Physical Chemistry C, destacam um método único de utilização das propriedades da argila para absorver CO₂ de forma mais eficiente do que os métodos tradicionais. A equipa de Johnston, que inclui o estudante de licenciatura Riley Welsh e vários investigadores da Sandia, descobriu que a água confinada nos nanoporos de argila ajuda no processo de absorção. Isto sugere que a argila não só serve como meio de captura de carbono, como também pode aumentar a capacidade de absorção quando associada à água.

Esta investigação está a ganhar força como um caminho viável para tecnologias mais sustentáveis de captura direta de carbono do ar. A combinação de abundância e baixo custo da argila torna-a uma opção atractiva para aplicação em grande escala. De facto, Tuan Ho, engenheiro químico da Sandia, observou que as suas descobertas preliminares, que integram modelos informáticos com dados experimentais, demonstram que a argila pode desempenhar um papel significativo na redução dos níveis atmosféricos de CO₂, ajudando assim a contrariar as alterações climáticas (falando para os Laboratórios Nacionais Sandia).

Além disso, a iniciativa Purdue-Sandia alinha-se com um conjunto crescente de provas que apoiam a eficácia dos materiais naturais nas tecnologias de captura de carbono. Embora os grandes investimentos se tenham centrado tradicionalmente em métodos mais complexos, esta investigação sublinha uma mudança de paradigma no sentido da utilização de recursos naturais facilmente disponíveis, como a argila. Estes avanços poderão ter implicações de grande alcance, permitindo respostas mais rápidas e económicas ao aumento dos níveis de CO₂.

Com a escalada da crise climática, soluções inovadoras como a utilização de argila para a captura de carbono estão a ser acompanhadas de perto por cientistas e decisores políticos. Os resultados promissores desta investigação não só iluminam o potencial da argila, como também apelam a uma investigação mais aprofundada sobre os materiais naturais como componentes viáveis do conjunto de ferramentas para fazer face às alterações climáticas. O estudo ganhou um Prémio R&D 100 2024 e é a base para pedidos de patente em curso.